
” Falamos acordados, falamos em sonhos. Falamos sem cessar, até quando não proferimos nenhuma palavra (…) Falamos constantemente de uma maneira ou de outra” (Heidegger, 1986:3) o corpo de cada um tem diversos propósitos e um deles é o de comunicar. não falamos só “da boca pra fora“. falamos com sons, com gestos, com posturas, com o espaço que ocupamos, com atitudes, com contacto. falamos o que queremos e (muitas vezes) o que não queremos, e com isso dizemos o que nos vai por dentro, resultado da consciência que temos de nós próprios. acordados ou a dormir existem padrões que se repetem e por isso somos nós e não outros. padrões que revelam estados de alma, (in)seguranças, traços, hábitos…tudo de própósito! o propósito de sermos lidos por outros. com contornos mais ou menos óbvios, falamos quando quietos, calados, a dormir ou acordados. a posição de um braço, a inclinação da cabeça, a orientação dos pés, a entoação da voz, a convicção da afirmação, entre outros, sustentam, complementam ou contradizem o que nos sai da boca e nem a dormir calamos o corpo do que tem para dizer. por essas e por outras, mais vale contar sempre a verdade! clique na imagem para assistir á rubrica das sextas mágicas da SIC.
Referência: Heidegger, Martin. 1986. L’Acheminement vers la parole. Gallimard, Col. Tel, Paris (original alemão; 1959)