Partilho convosco a dificuldade que tem sido “dar corpo” ao wellness: encontrar uma forma, uma cor, um símbolo que o defina tem sido extenuante. porque comunicar um conceito passa também pela sua imagem, das inúmeras tentativas para encontrar a certa, eis o que resultou:
posições de gente a praticar yoga, tai chi e pilates, a saborear massagens, com óleos, sem óleos, com água, com pedras, com flores, com cobras (#&%#”*”#).
seguem-se modelos, de círculos, de setas, de outros círculos, as formas suaves, femininas, harmoniosas, os luares, as praias infinitas, saltos (de felicidade) eternizados, o pôr-do-sol na montanha, na praia e no campo, suplementos alimentares, as tabelas alimentares, os conselhos alimentares, os sabonetes, os cremes e a maquilhagem, os shampoos para o cão e para o gato sem esquecer a respetiva ração, enlatada ou não, as lagoas, as cascatas, as ribeiras, as flores (outra vez) e mais um pôr-do-sol…
desafio este. pelo meio, um call center, um fitness center e um wellness center, que é o mesmo que dizer uma máquina de vending com comida saudável, vejam do que a nossa geração é capaz! vender wellness aos pacotes!
os ginásios, clubes e health clubs não podiam faltar, casais deitados num campo verdejante, casais felizes entre amigos, amigas a fazer pilates, amigas numa esplanada, meditação, relaxação, concentração, fruta, pratos com excelente aparência, vegetais numa festa vegan… não fosse eu persistente…um casal idoso sorridente num resort de luxo, um casal idoso sorridente a jogar ténis, um casal idoso sorridente a caminhar e aqui já começo a roer as unhas. não que estas não sejam imagens do que se pretende com a promoção do wellness, apenas são redutoras e estão para este como a gota de àgua para o oceano.
não encontro mas não desisto, recuso a crença de que: se não está no google não existe! talvez um dia seja possível retratar o oceano. alimentação saudável? sem dúvida, gente feliz? com certeza. prática de exercício? definitivamente. massagens? talvez. paisagens? natureza? harmonia? equilibrio? claro. e tudo o resto? o que não se vê, não se toca, não se mede? a intuição, a atitude, a consciência? os valores, a vontade, a motivação, a mudança, a resiliência, a auto-regulação?….
um construto profundamente subjetivo talvez não seja materializável com uma aparência, com um estar, mas com o ser e o fazer para ser. isto confirma a subjetividade, a temporalidade e a dinâmica do wellness.
se se deixasse prender numa imagem, morria por aqui.

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